Sonho quarto
A fumaça era vista pela janela grande e amarelada. Fumaça em grande quantidade, lançada constantemente em oposição a direção que tomávamos.
Onde estava?
Sentada, descobri meus companheiros e companheiras perto, conversando baixo. Alguns cigarros acesos, jornais sendo lidos. Uma moça bonita estava sentada a minha frente e me olhava com curiosidade e que expressão era aquela? Piedade? Havia meu desespero finalmente finalmente fugido para o exterior e transparecido nas minhas expressões?
Onde eu estava?
Por que tudo em tom de sépia?
Tomei consciência de estar em uma cubículo em movimento, com mais três pessoas. No mesmo local, também em movimento, mais um grupo de quatro pessoas se localizavam ao nosso lado, um tanto afastados.
O jornal do senhor com um oclinhos estranho foi jogado levemente para frente, enquanto o líquido escuro da xícara que repousava na mesa imediatamente a sua frente, quando o trem deu um solavanco. Mais fumaça dançava do lado de fora da janela. Em sépia.
Estamos em um trem!
Mas espere: para onde estamos indo? O ar começou a se despedir de mim, a medida em que me esforçava mais para respirar. Tentei persegui-lo numa emocionante coreografia desesperada em busca de respirar. Um espelho. O reflexo do espelho revelava em tom de sépia, um vestido antigo e o motivo da minha má respiração. Percebi que não só eu usava espartilho para ordenar a postura, a dignidade e o comportamento. A moça bonita que estava a minha frente olhou melancolicamente pela janela e abriu seu leque. Pensei que ela já havia desistido de dançar desesperadamente em busca de respirar.
Abri os olhos e o tom de sépia sumiu. Dois séculos se passaram, quando eu finalmente acordei. Espero poder continuar a viagem, próxima vez que estiver de volta aquele tempo.